domingo, janeiro 16, 2011

Eu e Freud I

-Bom dia dr. Agradeço muito a oportunidade.Aliás nem sei ao certo se deveria ter vindo.
-hummmmhummmgsgsgsgsgs
-Não...é que dizem alguns que terias morrido.Sendo isto verdade: o que faço por aqui?
-Sim?!
-É minha angústia, uma certa questão.Tenho me esforçado para reconstruir uma imagem do homem que eu quero que esteja ao meu lado.Não por nada não...mas não sei direito.
-Uma imagem?Um ideal?
-É!Mas lá vens tu com esta história de que ideal não existe.Mas não é importante construir uma imagem?Quero dizer, uma idéia do que eu gostaria de encontrar quando chegasse em casa.Ah! Eu sei, eu sei o...
-Seio.
-O quê? Seio?De onde tiraste isso?Não falei seio, embora sempre quisesse ter uns maiores, sei lá... uns que chamassem a atenção, que me revelassem como uma Mama.Aquelas dos filmes, de preferência também gordas e calmas. Não fui amamentada, sabe.Mas eu não gostaria de encontrar um seio, chegando em casa.Não tenho aptidão para...Pensando bem, quem sabe, eu não quisesse uma mama diferenciada?Não ri mas fiquei pensando que um pênis não deixa de ser um seio diferente.É um pedaço a mais, assim...que se destaca, sei lá...
-Amais?
-Não sei...Acho que sou capaz de amar.Quero dizer são sempre outros, os seios...ou os pênis.Brinco que o primeiro era esquisito, o segundo, depois dos trinta, era moderno e agora, depois dos quarenta, são... meus seios são duvidosos.
-Um seio só é seio quando tem dúvida do que sabe.
-Pois é Freud.Não importa mais certas coisas.Mas precisam vir com palavras e gestos deste amais.Os homens precisam desejar as palavras que ainda não foram ditas!Eu seria outra, todo o dia... E é o que sou. Posso chamá-lo pelo nome?
-Pelo que mais me chamaria?
-Dr. De mim. Poderia chamá-lo de dr de mim.
-Ah! Sim! Poderia chamar-me de dr de si, com a tua voz. Por hoje... ficamos.

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