tag:blogger.com,1999:blog-35993168296146129052024-03-12T18:35:12.929-07:00Indecentes PalavrasAdriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-32038773055836349022013-09-21T13:17:00.004-07:002013-09-21T13:17:43.456-07:00<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}">-Não veio....<br /> -Mas como?Ele sempre vem! <br />
-Naquele ano as crianças caçaram vaga-lumes e colheram ameixas amarelas
.A mãe os trouxe para perto cantando alguma coisa sobre o sol, a
lua...as estrelas.O pai descansando...ouvia ,como menino, esta história
toda!<br /> -Mas não era natal?<br /> -Era sim.Quero dizer...era
dezembro!...Mas neste tempo eles não sabiam destas coisas de comprar e
comprar...e dormiram encantados depois que soltaram as luzes, feito
lanternas como barcos no mar.<br /> -Pois é mãe...quem será que inventou o papai noel?</span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-61062297898372215872013-09-17T06:32:00.002-07:002013-09-17T06:32:30.525-07:00<span style="font-size: x-large;"><span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}">Somos
diferentes, Sancho.O que desejo é somente colher as flores! Meu senhor,
não há colheita delas.Rocinante leva água, pão e armas! E nós mesmos...
apenas as espadas! Silêncio Sancho! Não escutas as vozes que as
estradas nos trazem? São as flores que nascem e eu as colho.Estou com os
olhos cheios delas...para que Dulcinéia me tenha para sempre.</span></span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-7100713342130613022013-09-13T13:37:00.005-07:002013-09-13T13:37:59.986-07:00<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span style="font-size: x-large;">Quando
tem cheia de rio, aperto o nó na garganta.Perco o Leco que foi com a
última vez da andança.Um barco passava e recolhi: as roupas, o frio, os
guris...Mas o Leco só abanava o rabo e não entendeu a gente.Leco não
dormiu mais aqui.Arrumei outro, preto, igual mas de latido estranho.E
depois de agora, dois anos...a cheia volta a lembrar.Que Leco vou botar
no lugar?Apesar disso gosto da cheia...dá</span><span class="text_exposed_show"><span style="font-size: x-large;">
esta dor de saber...que a estrada não tem fronteira.A rua, no ano que
foi, há mais de muito depois...tinha o barco maior no meio do meu
galinheiro...e eu me senti dona do lugar inteiro!Gosto de rio que se
enche, que se engravida e volta, que ninguém entende e xinga e
gosta...mata,morre, emagrece, engorda.O rio é mulher, vez ou outra.</span><br /> </span></span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-11573535051588332332013-07-28T05:45:00.001-07:002013-07-28T05:45:28.303-07:00<span style="font-size: large;"><span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}">Qualquer
dia destes te recebo com ar de domingo e como vinho tinto mancho minha
vida para sempre.Num destes dias, faço a comida, coloco a mesa e uma
música dos anos 80.Assim, num destes sonhos, no Natal e na Páscoa
compomos...um poema simples, sem palavras.Qualquer dia destes...a vida
nos cala.</span></span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-31869252605049515582013-03-11T12:05:00.003-07:002013-03-11T12:05:56.943-07:00<br />
<span style="font-size: x-large;"><span class="userContent">Galope galopando... </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-large;"><span class="userContent">Num" lembro não senhor! Foi só um
galope..."galopando".Um desses de zunir ouvido de cão.Eram muitos,
tantos!.Andantes como os outros, foram passando.Deixaram esta poeira,
depois da promessa!.Sempre é assim! Poeira!.Mas nem dá para
reclamar!Gente que é gente tem destes ventos , estes farelos.Onde se
vai... se deixa resto.Eu aqui deixei de querer mal.Até ajuda a passar o
tempo.Porque , este sim, o tempo, que não deixa nada prá trás.Falo por
experiência, que lembrança não é resto.É dor de viver para sempre cada
coisa que nunca foi.</span></span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-11948522094933927862012-12-28T05:19:00.001-08:002012-12-28T05:19:13.659-08:00<span class="userContent">Não carece de nome, doutô, o que faço ou deixo
assim no descanso.É só esta mania de fazer do barro mais que a
sorte...Meu canto!.Mas se lhe fizer um agrado dar o nome de louco, sou
sim...que isso lhe traga um tanto.Mas não leve a mal ou bem, o nome nem
faz minha reza.Gosto de amassar a terra e dela tirar o que vem.Só não
sabia que era pecado cavar coisa assim sem destino e fazer lata,panela
ou carrinho, da lama que vem dali.Achei que no cemitério, a chuva do
corpo da gente, dava para a lama um ar de semente...e fui escavar logo
ali.<br /> Mas não reclamo não...minha única prisão é "apaixonar" por ela...esta solidão.(Adriana Bandeira)</span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-84940204757010283262012-12-28T05:10:00.001-08:002012-12-28T05:10:11.586-08:00<span class="userContent">leve<br /> quando perco <br /> o sono<br /> o cansaço<br /> o abandono<br /> leve<br /> assim<br /> quando me <br /> perco de <br /> mim<br /><span class="text_exposed_show"> de ti<br /> leve<br /> no encontro<br /> com o que<br /> vem<br /> leve<br /> me<br /> ...</span></span>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-68524272761682637632012-05-07T04:50:00.001-07:002012-05-07T04:50:47.948-07:00Na pedra fria, brotada semente.Só da pedra nasce o detalhe dos lábios e a forma da palavra gente.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-23508167776348358972012-02-08T08:28:00.001-08:002012-02-08T08:28:36.600-08:00Esperança<h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span style="font-size: large;">Quando o corte faz risco em folha, fazendo a réstia do sol nascer na estrada, ainda na madrugada recobre a luz, o trigo.Que o pão há de ser feito aos dias, aos goles, aos anos, para que se doure o caminho a cada vez que nos dizem que isso é nada.</span></span></h6>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-17634947258862277712011-11-13T06:00:00.000-08:002011-11-13T06:00:48.078-08:00os elfos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxzF8b7RLPWgLJ5oT0DYklcIfQYCDpyHxp_E0vwiUAque2Ky1tia2nwFRFeuzn5EY_1OO-j_frRsMH2eUWr8g' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-44705992778821201682011-07-11T09:48:00.000-07:002011-07-11T09:48:39.193-07:00Vida curtaMeu pé inchado que dá gosto não dançar.Fui forrozeá e gastei um osso que nem vaca, que nem porco, quando esconde a hora da "carneação".Encosto minha barriga que mexe, meu peito que esquece e vou dormir de tanto frio.Nasci sem ninguém saber que morri.<br />
<br />
Lininha do forró<br />
Vozes: o marcador vozes representa várias falas, de outros tantos.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-90107622918172124142011-06-23T06:31:00.000-07:002011-06-23T06:31:09.830-07:00Eu mesmo falandoE quando eu apanhava eu dava...quando ardia eu sangrava o Outro, a cada nova aparição.E sempre, que não me engane nenhum doutor, nada disso vai passar.Sou esta pequena solidão.Ah!, sim...e sou também o que quiser de mim.<br />
<br />
<br />
Antes de viver, 12 anos.<br />
(adriana bandeira)<br />
PS:o marcador vozes é resguardado a este trabalho em que escrevo como outro ou outra, numa tentativa de registrar vozes tantas,<br />
de qualquer um.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-66694393771596513782011-05-01T06:40:00.000-07:002011-05-01T06:40:49.794-07:00AviáriosÉ estranho... a porta aberta, o pão cheirando forno.É estranho o café quente e a janela com quintal.Ali prometerem aos animais a primeira denúncia do sol, as botas abrindo cocheiras,fazendo chuva ou temporal.Nem existem mais.Ontem as famílias foram para o galinheiro e de lá apertam botões.O bisavô que já morreu há tempo, nem sorri .Apenas espera a notícia do fim, chegar.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-14585548899231625432011-04-26T06:54:00.000-07:002011-04-26T06:55:14.932-07:00Sem falasO tempo rasgou minha parede, meu papel enfeite que me abrigava do frio.Cada vez sinto mais o vento gelado do início dos invernos.Ouço pouco e quase não falo porque minha voz é de outra época, é de outras pessoas e sou aqueles que já se foram.Estou fora de um si.Cuidado para não morrer assim,hein?<br />
<br />
<br />
Firmino Caspel, 95 anos.<br />
OBS: o marcador vozes serve às muitas possibiliddes de fala.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-13185699154002944042011-03-27T08:43:00.000-07:002011-03-27T08:43:55.864-07:00PÉROLAS DE ANITAA tristeza não se vê porque ela está no olho.O coração se mu(n)do... você faz parte de tudo.O tigrão, eu brinco com ele...e ele me faz feliz.O coelhinho e o Tigrão me fazem sentir a mais feliz do mundo!<br />
<br />
Anita Cardoso Rosa<br />
<br />
<br />
Ps: as crianças fazem poesia.Anita tem 5 anos.<br />
adriana bandeiraAdriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-30986740355840022652011-03-26T09:10:00.000-07:002011-03-26T09:11:34.928-07:00Luta de mulherNas floreiras planto o que o tatu bola não come.Não sou boa das mãos.Nem amei, nem foi em vão.Só não sabia destas coisas de prazer.Achei que ser mulher era vencer.<br />
<br />
Luiza<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
PS:Vozes é um marcador que possibilita as falas de vários outros.<br />
<br />
adriana bandeiraAdriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-8750573119919186452011-03-16T16:40:00.000-07:002011-03-16T16:40:30.478-07:00Para o amor das partiturasSou tua<br />
as duas.<br />
Se me quiseres,<br />
a cada vez,<br />
fazendo uma.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-72873290350910668032011-03-05T12:31:00.000-08:002011-03-05T12:31:27.839-08:00VasilhaVasilha é palavra linda.Dá para guardar na arca que é parecida.Beleza sem igual esta santa que se vestiu de rio para lembrar dos peixes.E eles fizeram nascer vertentes.Sangue que corre em veias, que se abre nas colheitas, como parindo barcos no mar do campo.Panela de barro no meio da mata, cozinhando o arroz, fazendo charqueada.Vai que a lua inventa outra? E desce nua para tomar banho também?Vasilha,dique,raso,fundo.Vasilha tem tudo... e carrega o mundo.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-27956069594695228842011-02-28T03:57:00.000-08:002011-02-28T03:57:19.797-08:00SolidãoEu queria que o vizinho viesse aqui na hora.E nem vem, nem vem, fica escondido.Só vem quando penduro a roupa, por causa do vestido que fica curto.Na hora da pancada aguento sozinha que estes dias achei de vingar.Na delegacia desisti.Foram chamando meu nego de criminoso, que isso ele não é não.Foram dizendo que pegava cadeia, que isso e aquilo.E ai?Quem vai chegar no portão?Quem vai perguntar por mim?Não prende o nego, não! Que ele me bate mas se importa.Quero saber como faço para não denunciar, apenas desabafar!Esta coisa esquisita de achar que sou fantasma.Porque nem saio, nem sei, nem falo....Como faço para não deixar o nego,este que sabe que eu existo?Que isso ele sabe sim!<br />
<br />
Dulce<br />
<br />
O marcador vozes é assinado por vários.Cada um na sua forma de falar, que lhes garante um reconhecimento, um lugar dentro de cada um de nós.Somos estas vozes.<br />
adriana bandeiraAdriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-86358583043776971302011-02-25T09:41:00.000-08:002011-02-25T09:41:32.584-08:00Você e euExiste uma propriedade incomum entre nós.Não repartimos, não comunhamos.É apenas esta inscrição de sonho que , ao acordar, me faz perguntar: onde estou?Onde estás?Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-51614753105670271032011-02-07T04:50:00.000-08:002011-02-07T04:50:58.042-08:00SumiçoE eu sumi ontem.Só voltei depois.Disseram que fui, disseram que não.Agora lembro de uma eu apaixonada.O que se deve aprender?Sumi mesmo! E eles não querem saber.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-1428561242257834882011-02-02T16:00:00.000-08:002011-02-02T16:00:26.678-08:00Mulher de cortador de matoSe hoje se alivia amanhã nem mais respira!Esta vertente esquisita que seca quando nem é verão.Nem dá prá bater e nem enxaguar...a roupa que arde e se derrama por terra.Nem sabia que era...que nem água havia de limpar toda esta quietude, este céu , este ar...que eu nem queria prá mim.Se vai na vida vestindo a roupa que o sabão devolve.E faz bolha, rosca, silêncio...que nem o vento desculpa o que fiz à mim.Nem era destas paradas, nem era um ai daqui.Queria doer lá na feira, gritando prá vender aipim.Queria ter meu dinheiro, meu cheiro que não fosse o dele.Mas...a barriga se repara quando não sangra mais todo o mês.E que venha alguém do bem.Não feito eu...que não me perdôo, que não me perdôo, que não me perdôo...por me fazer tão sem fim.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-6058143254064230492011-02-02T15:53:00.000-08:002011-02-02T18:51:15.270-08:00Mulher do matoMarcado pelo que me desenha, cada traço que escrevo fala mais que a dor.Tenho mão de mulher...de mato "cortadô".Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-37781633076539198402011-01-23T16:37:00.000-08:002011-01-23T16:37:56.896-08:00Os eusFaça-me tua imagem inexistente.Fugi de ti para sempre.Ficou esta coisa estranha que chamam de eu.Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3599316829614612905.post-74246773272100834602011-01-23T11:56:00.000-08:002011-01-23T11:56:07.857-08:00Fantasma de verdadeMinhas roupas mudaram com o tempo.Ficaram velhas e desbotadas...até sumirem de vez.Só não sei porque nem minha voz escutam quando falo o que sei.<br />
adriana bandeira<br />
24-01-2011Adriana Bandeirahttp://www.blogger.com/profile/09351742117342462305noreply@blogger.com0