segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Solidão

Eu queria que o vizinho viesse aqui na hora.E nem vem, nem vem, fica escondido.Só vem quando penduro a roupa, por causa do vestido que fica curto.Na hora da pancada aguento sozinha que estes dias achei de vingar.Na delegacia desisti.Foram chamando meu nego de criminoso, que isso ele não é  não.Foram dizendo que pegava cadeia, que isso e aquilo.E ai?Quem vai chegar no portão?Quem vai perguntar por mim?Não prende o nego, não! Que ele me bate mas se importa.Quero saber como faço para não denunciar, apenas desabafar!Esta coisa esquisita de achar que sou fantasma.Porque nem saio, nem sei, nem falo....Como faço para não deixar o nego,este que sabe que eu existo?Que isso ele sabe sim!

Dulce

O marcador vozes é assinado por vários.Cada um na sua forma de falar, que lhes garante um reconhecimento, um lugar dentro de cada um de nós.Somos estas vozes.
adriana bandeira

Um comentário:

  1. Esta coisa esquisita de "eu" achar que sou fantasma.
    Bela e poética definição de Solidão.

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