segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Ensaio sobre o amor VI

Já li Cervantes...e todo o riso do mundo me invadiu.A risada é universal, o cômico é  carnaval.Não sei.
Lembrei-me das tuas invenções.Tantas só para estarmos juntos.Mentias e eu sabia disso tão bem.Não há na verdade nenhum mistério, por conta disso se inventa critérios: textos, canções, ideais, soluções.
Na primeira vez consenti e nunca dormi.Na segunda vez fui tomada, de assalto pela minha embriaguez.Na terceira vez eu sabia, era a despedida.Não mais te queria às pressas, tudo tem seu fim.
Pena que não foi assim.Se tivesse sido hoje eu contaria a história mais linda, com um final.Detesto histórias sem finais.Seria a cena com começo,meio e fim.A apresentação!
É estranho quando somos atravessados pelo que não se desata.Abre a melhor e pior estrada.Então transgredimos...e para o amor não há lei, como continuar a se ver, mesmo depois de morrer.
O vento é forte demais e talvez eu sinta frio.Tiro meu vestido e percebo que estou diferente de quando o coloquei.Oras!Claro!Para estas coisas, estes vestidos, estas palavras...o tempo nem sabe de si.Nem eu.
Tenho a pele clara e preta.Sou filha de lavadeira, daquela que cuidou de mim enquanto ensinava sobre as roupas sem fim.Nasço todos os dias negra.
Minha roupa mais íntima, por fim, vai deixar meu nome a mostra.Sou uma...Não demora.
Quero te encontrar com todo o vinho, meu sexo e minha transgressão.Que isso seja um vento impossível de conter, que isso seja a próxima vez.E detesto o que não tem fim mas...como já disse, sou filha de lavadeira e minha pele é negra, a única que vai sobreviver ao sol de amanhã.
Tiro o soutien e a calcinha.Ainda minha, a tua falta de ontem.Agora não há como voltar.Estou nua de fato, desde que aprendi a falar.
O quinto cálice de vinho.E ainda danço Piazzola, como um louco de cartola que sabe destas coisas em mim.Salto, giro e...não há encontro mais feliz!

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