SEIS ESTROFES EM CONSTRUÇÃO
1.
A boca é às vezes o deserto
vem da serra o ar como um clarão matar a sede
às pontas queimadas do silêncio.
2.
Obscuras palavras
que por promessa atravessaram
de corpo mudo a noite.
Luzem.
3.
Uma letra
uma sílaba que lhes falte
e as palavras assim prenhes de mistério
terão na tarde o seu florir.
4.
A solidão procura as árvores longe do mar
a pele seca queimada pelo frio
do vento ninguém saberá domar as vagas.
5.
Ainda do vento:
levou para o exílio as minhas mãos
cartas chegam de lá contando tudo sobre o rapto
foi tudo plano do esquecimento.
6.
Como se chovesse e o entardecer
não soubesse que a noite que vem
não é a que ele esperava.
Antonio Amaral Tavares
http://acasaquecaminha.blogspot.com/
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