SERPENTE
Tua língua
pérola
perfaz caminhos
de cetim
Tua lânguida
língua
percorre lenta
a carne púrpura
Tua língua
brilho em mim
libera sumos
espreita espasmos
Tua rija
língua
lambuza a trilha
cria estrelas de marfim.
Cristina Macedo
MASCARADOS
adivinha quem sou
mas não te vires
se me vires verás
eu desencanto
viro estátua de sal
de puro espanto
meu cisne volta a ser
patinho feio
sem qualqeuer guarnição
sou um prato cheio
no jantar semanal
dos sátiros anônimos
Jorge Rein
BOLSA ROMPIDA
Depois das contrações
apareci.
Duas palmadas fortes
e uma sede ardente
me desperteram.
O seio anunciado
estava seco
nunca chorei
pelo leite não derramado.
Troquei as dores do Édipo
pelas feridas de Rômulo.
Um destino duro
sempre me guiou.
Domino pouco
a arte das palavras.
Só isto basta
para ventar
céu,infernos e mortalhas.
Guardo a sete chaves
desde os meus primeiros dias
ferramentas,utensílios e
os mais estranhos
brinquedos de Jó...
Elvio Vargas
Obrigada, Adriana! Bacana registrares nosso encontro através de um poema de cada um de nós. (Faltou um teu junto)! Beijos, Cristina Macedo
ResponderExcluirBom mesmo conhecer o momento poético de cada um que estiveram no café, hey Adriana me convida ao próximo.
ResponderExcluirE veja lá em Vidráguas nossos poemas enRedados IV, seguimos.
Um beijo e boa semana.
Carmen.