quinta-feira, junho 30, 2011
Estrada de Ferro, olhos da construção...( continuação)
Se a violação plantava no ventre,também erguia o verso transparente, como a água primeira que encheu os pulmões.Carregava como traço, firme compasso,a ternura que falava outra língua acudida, enquanto manchada de puta, mulher, vadia.O pai percebia a evolução da barriga e a dor da mãe nem falava, nem anunciava, nem sorria.Apenas num dia olhou-me com tanto amor que quis crer o que na verdade nasceu depois: tens novidade, disse ela, esta que abriu a estrada e que nunca mais volta sem dor.Roupas e panelas no pequeno riacho, eram recriadas no tacho, gamela que recolhia o suor das tardes e dos lençóis.O ferro da rasura, cantando múscia em dó de duas, as migalhas do ruivo inglês.Andou em círculos e me chamou: sei que o filho é do Engals.Disse que sim e que não.O filho era do trem que viria, um dia, como o fez.
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