domingo, dezembro 26, 2010

O brinde de José Ernani Bandeira, o Melena


“... era uma poesia que nem sei quem fez. Acho que eu me lembro. Tu quebravas uma taça? É isso mesmo. Adorava ver as pessoas surpresas e as que já sabiam, encantadas. Lembra da poesia? Não...muitos me pediram mas eu não dei.Dizia que era minha , ahahahahah. Pois é...eu queria esta poesia. Não lembras mesmo?Acho que era assim: Ergamos meu amor um brinde/que seja sumário e muito breve/o nome que se quer quebra a taça em traços ideais...daí já não lembro.Espera aí.Vou anotar aqui neste guardanapo...pior é que esqueci o óculos!Vamos logo porque tu já não lembra e eu já nem enxergo mais!Vamos lá: Ergamos meu amor um brinde/que seja sumário e muito breve/o nome que se quer quebra a pena em traços ideais/Repara ,meu amor, que as flores para saudar-te se debruçam pelo vaso/Ah! Sim!É que a um anjo como tu quando se brinda/tem-se a missão cumprida e a festa finda/quebra-se a taça,não se bebe mais.
Não é toda ela viu? Não lembro...era comprida...e tem uma condição!Só te deixo este pedaço da letra se prometeres declamar.Prometo.Vou declamar “Um brinde de Honra”.Agora, mudando de assunto...onde eu errei, Aninha? Não sei .Acho que devias ter ido.Mas eu não podia!”
Agora podes, pai.
Herdei de meu pai o que carrego.Uma herança sem fim, uma felicidade imensa em brindar com todos os que tiverem pelo quê quebrarem suas taças. Um pedaço de letra que pode ser refeita todo os dias, continuar o que  é poesia, esta capacidade humana de dizer-se em qualquer tempo. Enquanto cegos ou desmemoriados, ainda  tendo o que falar.O blogue é estar na rua.Portanto, cumpro minha promessa declamando através daqui “ Um brinde de honra”para os que quiserem ouvir e declamar também."Ergamos,meu amor, um brinde..."

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